Púrpuras virginais em róseas rendas:
Peças mortas em grama veraneia
Sob a bela lua duodecênia:
Uma roseira em áurea florescência
O primor de seus lábios prístinos
E o aroma lúcido de sua face ninfal
Não resistiram às navalhas do cume libertino,
Nem seus olhos cianos, dessa libido outonal
O lençol silente do sono lácteo repousa calmamente
Empalidecendo o frescor de sua frágil essência pueril
E a alvura esmaltada dos seus pequeninos fios
Maculados por um instinto lúrido e insano, esmaece
Orvalhos alados clamam por perdão
E crucificados pela noite, voam para descolorir
O oceano escarlate que inundou e afogou
Os sonhos do sublime universo em expansão
As árvores, em religioso silêncio velado
Embalam o sono infindável de uma flor de outono
(e a noite sensivelmente nua)
Canta lamentos à sua pureza e inocência pervertidas
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