Moinho Amarelo

Gil Miri

Porém, este nome, Sonhar é acordar-se para dentro, já não condizia com outras vontades que nasciam e reclamavam espaço nesse blog e foi necessário pensar em outro que pudesse guardar novos vôos que chegassem na rabeira do vento.

E essa imagem pleonástica de vôos trazidos pelo vento, pegou-me pela mão e me conduziu à imagem de um moinho, girando no rodamoinho de minhas lembranças em flashback de pinturas do Van Gogh que haviam me embebedado naquela semana... e o amarelo vivo, vertiginoso em puro lirismo, predominante em muitas de suas obras, numa dança convulsiva derramaram sua tinta carregada em pinceladas violentas sobre meu moinho híbrido .


Pra onde vai?
E assim foi parido o Moinho Amarelo, que continua sendo encharcado por meus delírios canhestros, bem como e, principalmente, com as criações mais significativas pra mim (e pra  muita gente) de poetas como Drummond e Rilke, de pintores como Dalí, de músicos como Cartola, enfim, de todos artistas que numa celebração ao sonho e à inquietação latente de muitos de nós que, caídos neste mundo  magnífico , no seu sentido mais profundo e perigoso, e caótico-infernal no seu sentido mais dantesco, reverberam, senão por uma necessidade vital, tudo aquilo que os afeta e os transforma, porque a arte nada mais é do que "o homem acrescentado à natureza – natureza, realidade, verdade das quais o artista faz sobressair o sentido, o caráter, que ele exprime, resgata, separa, libera, ilumina" como escreveu Van Gogh certa vez.

Como assim?
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