Estrangeiros em nossa cidade. Estrangeiros porque há poucas raízes aqui, povo sem cidadania. Existe um tema, ressaltado pelo filósofo alemão, Walter Benjamin, do barco que representa a saída, metáfora também da cura. Nesta cidade, vivemos nesse processo de ida, para, logo depois, sentir a frustração da volta, no trem. Por toda a parte o asfalto está ruindo, revelando nossas raízes de barro, nosso passado de lama consome os nossos pés nos dias de chuva, não se pode adiar, precisamos fazer as pazes com o passado, não deveríamos esquecer – eis o nosso mal.
Mesmo estando em outra cidade, lá estarão os nossos pés sujos de lama que não nos deixará mentir. A lama nos pés é o nosso passado clamando por ser redimido.
Devemos ter olhos para identificar as fantasmagorias de progresso, colocá-las em seu lugar.
Estrangeiros em nossa cidade, por Thiago dos Santos
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11/24/2010
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