Como um pássaro em seu primeiro voo
E seu vislumbre trôpego
Como um olhar que se demorou
No mergulho sôfrego
Da estranheza do florir da flor
Na aspereza do outono
Contrariando a lógica do sono
Da estações, para se impor
Como um poema de Quintana talvez
Ou uma pintura de Portinari,
Preenchem um mosaico de brincares
Sem tamanho, sem porquês
Como ela mesma, naturalmente infante
Reparasse de fato
Diante de si a cada instante
Dos universos, os seus hiatos
De todo espanto, a esperança
Da sempre novidade da vida
Que lhe estende os braços e convida
Pra ser inteira dança