
“Não falamos um com o outro, porque sabemos coisas demais; silenciamos um com o outro, num mútuo sorriso nos lançamos o nosso saber”.
“Se este decifrar é lento, posso gastar uma vida toda nisso e então é vantajoso para ti manteres-te em silêncio, porque assim não te conheço e posso tudo imaginar”.
“Hesitamos em fazer a pergunta porque não queremos ouvir a resposta. Prosseguimos em silêncio”.
“Então calar: usar
Um silêncio artifício”.
“Quanto mais os vigiava e ficava à espera, mais me convencia de que, mesmo à falta de qualquer outra prova, o silêncio sistemático de ambos constituía prova suficiente”.
“Em tempos de silêncio generalizado, conformar-se com a mudez dos outros é certamente culpável”.
“Debaixo do silêncio
eu não sei o que traziam”.
in Sob Neblina (Em Segredo), de Marilá Dardot
[A poética da artista parte de uma pesquisa com a palavra. Desde 2004 ela trabalha a série “Sob Neblina”, um arquivo de frases que têm como fio condutor a palavra “silêncio”, selecionadas em livros que lê. Marilá Dardot então classificou dez tipos de silêncio, “na tentativa de mostrar os múltiplos sentidos desta palavra”.]
o silencio, em certo sentido, também é palavra... ou antes, é a anti-palavra do corpo, dos olhos que não cabe em nenhum código simbólico.
Olá, Adorei seu blog. Parabéns! Estava procurando este poema da Marilá Dardot e acabei chegando aqui. Eu fui nesta exposição, no Centro Cultural Banco do Brasil.
ResponderExcluirOlá Marina. Seja bem vinda! Também fui a essa exposição no cofre do banco no subsolo. Foi incrível... a Marilá com palavras cotidianas, porem profundas, diz o que o que muitas vezes sentimos e não temos coragem de dizer.
ResponderExcluirVolte sempre!